Desponta
A desponta ou poda verde, que consiste no corte das extremidades dos lançamentos, é talvez a técnica de intervenção em verde mais corrente e que numa viticultura intensiva de elevadas densidades é imprescindível de realizar, para além de doutros, por motivos de ordem cultural, particularmente da mecanização. Nesta região, ocorre por necessidade após a fase de crescimento mais ativo e normalmente a seguir a uma orientação de vegetação retombante segue-se de imediato uma desponta, caso contrário a passagem do trator nas entrelinhas torna-se impossível.
Para além deste aspeto de ordem prática, a desponta, ao diminuir o ensombramento beneficia a exposição dos cachos e reduz a ocorrência de doenças e pragas, mas altera a fisiologia da videira pela emissão de netas estimuladas sempre que se pratica a desponta. Nas sebes ascendentes, a desponta torna-se necessária quando os lançamentos ultrapassam o último arame e tombam sobre si próprios; por outro lado, a emissão de netas no topo da vegetação aumenta consideravelmente a superfície foliar exposta com ganhos fotossintéticos notórios. Nas sebes retombantes a desponta tem por efeito recuperar o arejamento no interior da copa afastando os lançamentos do nível do solo.
A intensidade da desponta pode ser mais ou menos forte. Considera-se uma desponta severa quando se deixam apenas 4 folhas acima do último cacho, e uma desponta moderada, quando se deixam 7 folhas. As despontas mais intensas deverão efetuar-se em vinhas que apresentem excesso de vigor e consequentemente dificuldades de vingamento (desavinho), pois com a desponta eliminam muitas folhas adultas, da falta das quais a videira se ressentirá se apresentar fraco vigor.
De um modo geral, não é aconselhável realizar-se a desponta nem muito cedo nem muito tarde, mas nunca antes da floração, pois a emissão de netas desencadeia processos de competição perturbando o equilíbrio vegetativo e produtivo. Experiências recentes na EVAG sobre a melhor época de atuação, evidenciaram a importância do vigor do complexo casta x porta-enxerto x fertilidade do solo, sendo tanto mais importante realizar-se a desponta à floração quanto mais vigoroso é o sistema.
São negativas as despontas efetuadas muito tarde, isto é, já próximo do pintor, pois nesta fase o que provoca é sobretudo uma forte redução da superfície foliar ativa, com reflexos negativos na qualidade.
A desponta é das operações em verde mais facilmente mecanizáveis em vinhas plantadas em fiadas ordenadas, existindo no mercado diversos modelos de despampanadeiras, sendo preferíveis as que permitem a regulação do nível de corte em altura e em largura quando em pleno funcionamento.
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- Potencial de maturação e de produtividade da casta Loureiro na condução LYS. Interacções Porta-enxerto x Intervenções em verde. SIMPÓSIO ALENTEJO.2001.