Orientação da vegetação
A este tipo de intervenção não é dada normalmente a importância de que carece, e principalmente numa região como esta, em que há uma diversidade de formas de condução com sebes ascendentes e/ou retombantes e com condições climáticas que favorecem por um lado o crescimento intenso e por outro o desenvolvimento de doenças criptogâmicas.
Tal como diz a designação, trata-se de orientar os lançamentos no sentido para que foram previstos em conformidade com a forma de condução. Esta operação está hoje facilitada para as sebes ascendentes, usando arames duplos dentro dos quais se introduzem os lançamentos, e que poderão ser móveis ocupando mais do que uma posição em altura e assim diminuir o investimento em arame.
A orientação da vegetação é tanto mais necessária quanto maior o número de sebes, e principalmente se retombantes e se sobrepostas, caso dos Cordões Sobrepostos e Lys, na medida em que é fundamental que as sebes sejam independentes, isto é, que os lançamentos não se entrelacem deixando livre um espaço entre as sebes, pelo que é necessário desprender os lançamentos do cordão inferior que têm tendência a agarrar-se ao cordão superior.
Na orientação da vegetação de sebes exclusivamente retombantes, os lançamentos ao adquirirem o peso suficiente tombam mas de forma indisciplinada, devendo posteriormente ser 'penteados', ou seja, desentrelaçados uns dos outros colocando-os na vertical descendente para que haja mais arejamento e também evitar que cresçam na horizontal abafando vegetação subadjacente.
Esta operação tem um limite máximo de execução, até aproximadamente 8 dias após a floração, período a partir do qual as gavinhas começam a lenhificar tornando impossível orientar a vegetação manualmente sem a ajuda de uma tesoura. Algumas castas sofrem de desnoca, e portanto o orientar pâmpanos muito cedo é um risco, é o caso do Loureiro, que só permite um manuseamento à vontade após o vingamento, ficando um período de atuação muito reduzido para castas com esta sensibilidade; é todavia aconselhável ser praticada em dias de bom tempo pois diminui o risco de se partirem.
Com esta intervenção favorece-se o vingamento dos frutos e a exposição de maior área foliar, evitando zonas mal drenadas no interior das sebes e consequentemente a senescência precoce de folhas adultas.