Doenças
Podridão radicular
Esta doença, é a par das doenças do lenho da videira, das mais preocupantes na região. A intensificação da cultura da vinha verificada nos últimos anos, leva à implantação de vinha em terrenos anteriormente ocupados com vinha, pomares e outras lenhosas, não sendo respeitada a limpeza do terreno de raízes mortas sejam de videira, de fruteiras ou de espécies florestais, constituindo um risco acrescido com a eventual incorporação de estrumes mal curtidos.
São dois os fungos responsáveis pela podridão das raízes, Armillaria mellea (Podridão Agárica) e Rosellinia necatrix, muito embora o primeiro seja o mais frequente nesta região. Desenvolvem o micélio, ao longo das raízes e no colo, entre a casca e o lenho; no caso da Armillaria, a película micelial forma placas brancas, com ramificações terminais em leque e que são fosforescentes no escuro. Os filamentos miceliais entrecruzando-se formam cordões escuros similares às raízes, chamados rizomorfos, que encontrados no solo são a principal origem de contaminação em contacto com raízes sãs. A disseminação através do vento da Armillaria pelos basidiósporos, que se formam em cogumelos de cor bege dourada junto ao colo das cepas, é mais rara de ocorrer, até por que nem sempre se verifica a formação dessas frutificações (cogumelos).
Os sintomas na parte aérea não são típicos, começando a videira a enfraquecer, de ano para ano, morrendo antes ou no decorrer da rebentação, ou então subitamente à maturação. Nas raízes a presença do micélio acompanhado de um forte cheiro a bolor são os sintomas típicos. A doença alastra-se às videiras vizinhas de forma concêntrica, sendo muito favorável ao seu desenvolvimento a presença de humidade, que por sua vez depende da precipitação e da permeabilidade do solo.
É uma doença típica de vinhas relativamente jovens (3 a 10 anos), pois a sua presença vem normalmente da falta de cuidados culturais à implantação. Na presença da doença as videiras atacadas devem ser arrancadas, queimado todo o material lenhoso incluindo as raízes de maior dimensão e abrir uma vala de 50 cm de fundo em redor para proteção das videiras seguintes aos rizomorfos existentes no solo. Quando esta medida não é tomada, então a próxima plantação a efetuar nesse terreno deveria aguardar 4 a 5 anos, procedendo a culturas anuais com cereais praganosos. A luta química por desinfeção do solo é desaconselhável em proteção integrada.