Pragas

Ácaros Tetraniquídeos (Aranhiços vermelho e amarelo)

Estes ácaros, vulgarmente conhecidos por aranhiços, apresentam quatro estados de desenvolvimento: ovo, larva, ninfa e adulto. Na região, com maior importância surge o aranhiço vermelho (Panonychus ulmi) seguido do aranhiço amarelo (Tetranychus urticae), verificando-se preferências em relação a determinados ambientes. É o caso do aranhiço amarelo que apenas aparece nas zonas mais quentes.

Enquanto o aranhiço vermelho hiberna em ovo nas inserções dos sarmentos e rugosidades junto aos gomos, o aranhiço amarelo hiberna em fêmea no ritidoma das cepas, em folhas mortas ou em vegetação espontânea. A eclosão dos ovos dá-se na Primavera, e consoante as condições ambientais favoráveis (tempo quente e seco), sucedem-se por gerações, 6 a 8 no aranhiço vermelho e 8 a 10 no amarelo. 

Os sintomas são visíveis ao nível das folhas de que se alimentam, provocando o P. ulmi pontuações cloróticas difusas e o T. urticae manchas cloróticas, folhas que quando fortemente atacadas podem secar e cair. Nas castas brancas, as folhas ficam amareladas ou bronzeadas e nas tintas avermelhadas.

Os estragos mais evidentes são os que se verificam no Verão, nos meses de Junho, Julho e Agosto, quando ocorre uma desfoliação precoce que se pode traduzir por redução da produção, diminuição do teor em açúcar e deficiente atempamento das varas. No caso do aranhiço vermelho, os ataques ao abrolhamento podem ser graves, se coincidir com um desenvolvimento da videira lento, consequência de temperaturas demasiado baixas; neste caso, a destruição das folhas basais vai repercutir-se na redução do crescimento dos pâmpanos. Os ataques dos aranhiços vermelhos, podem atingir risco elevado, principalmente durante o mês de Agosto.

O surgimento dos ataques dos aranhiços na vinha na região, coincidem com o abandono do uso do enxofre do calendário de tratamentos anti-oídio. Trata-se todavia de uma praga que pode ser controlada através do favorecimento da população de auxiliares que existem na vinha, designadamente dos ácaros Typhlodromus e Crisopas. Daí que, a escolha dos produtos usados no controlo do míldio, oídio e traça da uva, seja de capital importância, devendo-se dar preferência aos que não prejudicam a população de auxiliares.

O racionamento da luta contra estes ácaros obriga ao seguimento da sua população e a intervir apenas quando for necessário. Assim, os níveis económicos de ataque estabelecidos, são: no Inverno 80% de gomos com ovos, na Primavera 70% de folhas ocupadas e no Verão 30% de folhas ocupadas. Quando se ultrapassam os limites referidos, é pois necessário recorrer ao uso de um produto acaricida com grande poder de ataque.

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