Pragas
Cochonilha algodão (Planococcus citri)
Esta praga começa a ter alguma expressão na região, embora em zonas localizadas, dada a reduzida mobilidade e fraca defesa natural na fase larvar; no entanto, a sua importância aumenta pelo facto da espécie Planococcus ficus ser vector do vírus do enrolamento. A presença desta praga nos cachos à maturação, origina o seu enegrecimento pela fumagina preta parasita da melada da praga, depreciando grandemente o fruto no caso da uva de mesa e a qualidade do mosto para a vinificação.
Esta praga hiberna como ninfa ou fêmea nas fendas dos postes de madeira, sob a casca da videira, em ramos e mesmo em raízes, podendo completar três a quatro gerações, após a primeira eclosão dos ovos; estes permanecem em sacos ovígeros serosos e brancos (aspeto de algodão) sendo colocados pelas fêmeas em sítios abrigados, sob o ritidoma ou entre os bagos. A cochonilha excreta uma melada que pela sua riqueza em açúcar e outros nutrientes, atrai outros organismos como a formiga, auxiliares e fungos responsáveis pela fumagina que enegrece folhas, cachos e pâmpanos.
Na Primavera fixa-se nos sarmentos e folhas, principalmente na página inferior ao longo da nervura principal, e no Verão, atacam os cachos, em particular o ráquis e os pedicelos e respetiva inserção com os bagos regressando no Outono aos locais de hibernação.
A presença da cochonilha algodão é facilmente detetada pelo aspecto farinoso, similar ao algodão, sobre os órgãos verde atacados e pelo enegrecimento provocado pela fumagina formada por fungos parasitas à melada excretada.
Outro sintoma da presença desta praga na videira é a ocorrência de formigas igualmente atraídas pela melada.
Esta região, que não é produtora de uva de mesa e onde esta praga é muito localizada, deve dar prioridade ao processo de luta biológica e cultural, até por que não há insecticidas autorizados em protecção integrada para combater a cochonilha algodão.
Em primeiro lugar, a preservação de auxiliares é fundamental, havendo a vantagem de muitos desses auxiliares serem atraídos pela melada e limitarem a praga naturalmente. Depois, nos locais onde se assistiu ao desenvolvimento da praga dever-se-á proceder na fase do Inverno à raspagem das cepas, tronco e pernadas, pondo a descoberto as formas hibernantes e aplicar um óleo de verão, queimando-se os detritos de limpeza.
Tendo-se necessidade de recorrer à luta química, recomenda-se à base de de clorpirifos ou óleo de verão e deve fazer-se no início da Primavera, quando ninfas e adultos iniciam a sua deslocação, e não no Verão, pois nessa altura a destruição de auxiliares seria catastrófica.