Poda de vara e talão
É provavelmente o sistema mais vulgarizado, aplicado inicialmente às cruzetas e posteriormente a diversos tipos de cordões; consiste em deixar varas de 4-5 olhos intervaladas com talões de renovação. Predominam as varas direcionadas no sentido ascendente, mesmo nos sistemas de sebes totalmente retombantes (Cruzeta, CSR, CSOB), dado que os pâmpanos oriundos das varas, pelo seu próprio peso, são naturalmente empados para baixo; este procedimento justifica-se pela melhor qualidade das varas que crescem no sentido ascendente.
Todavia há casos em que as varas nas formas retombantes, devem ser mais compridas (superior a 5 olhos), nomeadamente, na casta Loureiro dada a sua sensibilidade à desnoca; em castas vigorosas como o Avesso; em castas de frutificação baixa como o Arinto ou ainda em castas onde a frutificação assenta no terço médio da vara como o Padeiro.
Na tentativa de criar mais espaços ("buracos") na vegetação, deve-se deixar sempre que possível o talão junto da vara, que é aliás o princípio da poda Guyot, e não o talão alternado com a vara.
Poda sylvoz
É uma poda longa que assenta em varas compridas e arqueadas, isto é, empadas sobre um arame inferior ao nível do cordão, e perpendicularmente ao sentido do arame. A mesma vara funciona como vara de frutificação e como vara de renovação, pois a empa faz dos olhos basais a função dos talões.
Com a continuidade dos anos tende a alongar-se a unidade de frutificação, pelo que se deve renovar a poda em talões propriamente ditos ou em ramos ladrões junto à base da unidade. Este sistema de poda é recomendado para formas de condução em que há divisão da sebe no sentido ascendente e retombante.
Poda guyot
É uma poda mista típica de condução de vinha baixa e exclusivamente ascendente, e tal como é preconizada na forma simples - um talão de 2 olhos e uma vara longa de 5 a 8 olhos - não se coaduna com o afastamento normal entre videiras desta região (1,25 m - 2,50 m) e assim com as cargas praticadas (25-35 olhos/videira). Todavia, se a vara em vez de ser estendida sobre o arame (Guyot simples), for empada fazendo um arco no mesmo sentido do arame (Guyot arqueado), e o sistema for bilateral ou duplo, é adaptável desde que se aumente o intervalo entre videiras.
O Guyot simples é dos sistemas que reduz mais a expansão da videira, tendo de haver bom equilíbrio entre o vigor do talão e da vara, para que não haja respostas desequilibradas entre as duas unidades. Anualmente, de cada talão, forma-se nova vara da vara saída do olho superior, e talão da vara do olho inferior.
Na região, a condução em bardos altos é uma poda composta por Guyots com empa, sobrepostos.
Poda cazenave
É uma poda mista formada por varas com 4-5 olhos, distanciados de 30 a 40cm e inclinadas cerca de 45º, para evitar a dominância da rebentação nos olhos terminais; há necessidade de também deixar talões para castas vigorosas que tenderão a rebentar preferencialmente nos olhos terminais.
As varas para se sujeitarem àquela inclinação têm de ser atadas a um arame superior o que não rentabiliza a operação poda.
Aplicável só para sebes ascendentes.
Poda royat
É uma poda curta que é formada apenas por talões de 2 a 3 olhos, distanciados de 15 a 18 cm, aplicável a castas férteis.
Uma vez estabelecido, a maior vantagem deste sistema reside na facilidade e rapidez de execução e por outro lado os cachos ficam bem expostos e acessíveis aos tratamentos. Aplicável só para sebes ascendentes.
Como inconveniente, é exigente na poda de formação que é também demorada, e é difícil de equilibrar a vegetação em todo o cordão (vigor diferenciado).
Podas do tipo Guyot Simples, Cazenave e Royat são aplicáveis a conduções exclusivamente ascendentes, que na região são apenas aconselháveis a situações de terrenos de meia encosta de fertilidade moderada a fraca.