No caminho do Verde

7 fevereiro 2023

Carolina Gehlen, jornalista do Brasil da Revista Exame, que visitou a região dos Vinhos Verdes em outubro passado lançou agora o seu artigo: "No caminho do Verde":

 

"NO FRESCOR DO MAR E DAS SERRAS, O NOROESTE DE PORTUGAL REVELA A COMPLEXIDADE DE SEUS FAMOSOS VINHOS VERDES, sejam eles brancos, tintos ou rosés. Sim, vinhos verdes não se referem à cor, mas à região onde são produzidos. Ali, o clima frio e chuvoso acentua a umidade, cobrindo as serras de verde e inspirando o nome dos vinhos. Mas é preciso ir além da cor, seguindo o caminho dos ventos, das chuvas e da terra, para descobrir toda a sua diversidade. Os vários rios que circundam a região, como o Minho, o Cávado, o Douro, o Ave ou o Lima, demarcam as nove sub-regiões que ocupam uma área total de cerca de 16.000 alqueires de vinha, correspondendo a cerca de 15% da área vitícola portuguesa. Na região estão cerca de 16.000 viticultores e 1.400 marcas, com produção anual de 80 milhões de litros para mais de 100 mercados de exportação. Se os números estão aquecidos, não falta frescor entre os vinhos. Sem grandes amplitudes térmicas e com elevada precipitação sobretudo no inverno e na primavera, as temperaturas amenas dão sabor e cor aos vinhos brancos jovens - os mais conhecidos. Mas também é possível encontrar vinhos com um estilo mais complexo e estruturado, com alguns anos de envelhecimento. Para conhecer a região, comece pela sub-região de Monção e Melgaço, saindo do Porto em direção à divisa entre Portugal e Espanha, onde uma cadeia de montanhas bloqueia ventos do Atlântico, tornando o clima mais quente e seco. Essas características favorecem castas como a alvarinho, especialidade da Quinta do Soalheiro, que produz um dos melhores e mais premiados alvarinhos da região, um vinho mais rico e complexo, com frescura aromática, sabor intenso e um extraordinário potencial de evolução em garrafa."

 

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