Fichas Técnicas

Principais Castas Brancas

ALVARINHO

casta Alvarinho

Casta cultivada particularmente na sub-região de Monção e Melgaço, mas que dada a sua elevada qualidade tem sido levada para outros pontos da região e do país.

Com alguma presença antiga no Vale do Lima, toma aí o nome de 'Galego' ou 'Galeguinho' como que remetendo a sua origem para lá do Alto Minho.

Particularidades Ampelográficas: 

Folha adulta revoluta e com pilosidade prostada na página superior.

Cacho pequeno e alado, por vezes duplo, e de tom rosado quando exposto ao sol.

Entre-nós longos e cepa achatada.

 

Esquema da Folha, Cacho e Bago

 

Aptidão Cultural e Agronómica: 

Abrolhamento: Precoce, mais 6 dias do que a 'Fernão Pires'

Floração: Precoce, mais 3 dias do que a 'Fernão Pires'

Pintor: Precoce a Média, mais 7 dias do que a 'Fernão Pires'

Maturação: Precoce

 Casta medianamente vigorosa mas bastante rústica. Com elevada fertilidade, 3 inflorescências por lançamento, dando origem a cachos muito pequenos, alados e medianamente compactos, o que a torna pouco produtiva. Este aspecto é contemplado nos estatutos da região, que lhe fixa um rendimento máximo por hectare de 69,3 hl, quando o das restantes castas é de 80 hl. Exige terrenos secos para potencializar a qualidade do vinho a que dá origem, encontrando-se bem adaptada ao porta-enxerto196-17 e 99R. Revela-se uma casta sensível ao míldio e oídio, muito sensível à acariose e propensa à esca.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos muito ricos em açúcares e contudo apresenta um razoável teor em ácidos orgânicos. Dá um vinho elementar de cor intensa, palha, com reflexos citrinos, aroma intenso, distinto, delicado e complexo, com aromas que vão desde o marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá e líchia (carácter frutado), a flor de laranjeira e violeta (carácter floral), a avelã e noz (carácter amendoado) e a mel (carácter caramelizado), e de sabor complexo, macio, redondo, harmonioso, encorpado e persistente.

Utilizada em vinhos elementares de elevada qualidade, faz contudo um excelente lote com a casta Trajadura.

ARINTO (sin. PEDERNÃ)

casta Arinto

Casta cultivada praticamente por toda a região com o nome de 'Pedernã', é o Arinto de Bucelas, atingindo o seu mais elevado nível de qualidade em zonas mais interiores da região.

Com inúmeros sinónimos: 'Asal Espanhol' ou 'Asal Galego' em Amarante, 'Pé de Perdiz' em Cabeceiras de Basto, 'Perdigão' em Mondim e mais para sul da região por 'Chapeludo'.   

 Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta com algum polimorfismo (de inteira a quinquelobada), de perfil irregular e com pilosidade erecta na página inferior que lhe dá um toque aveludado.

Cacho grande, muito alado e compacto de bagos pequenos.

 

Esquema da Folha, Cacho e Bago

 

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média, mais 13 dias do que a 'Fernão Pires'

Floração: Média, mais 6 dias do que a 'Fernão Pires'   

Pintor: Média, mais 13 dias do que a 'Fernão Pires'

Maturação: Média

 Casta muito vigorosa, apresentando de um modo geral uma fertilidade baixa, uma inflorescência por ramo. Todavia, dá origem a cachos grandes, muito compactos e pesados, o que a torna produtiva a muito produtiva. Revela-se muito sensível à cigarrinha verde e sensível ao míldio, oídio e podridão dos cachos.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz mostos de média a elevada percentagem de açúcares e teor relativamente elevado de ácidos orgânicos. Dá vinhos de cor citrina a citrina palha, de aroma rico que vai do frutado dos citrinos e pomóideas (maçã madura e pêra) ao floral (lantanas), e de gosto fresco, harmonioso, encorpado e persistente.

Utilizada em vinhos brancos de lote, com qualquer uma das restantes castas brancas regionais, e na elaboração de vinhos elementares de excelente qualidade.

AVESSO

 

casta Avesso

Casta cultivada particularmente na sub-região de Baião, mas que dada a sua alta qualidade, tem sido cultivada em sub-regiões limítrofes como a de Amarante, Paiva e Sousa.

Também conhecida localmente por 'Bornão' ou 'Borral' e ainda por 'Borraçal branco'.

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta mais larga do que comprida, de seio peciolar muito aberto em chaveta, lisa e glabra na página inferior.


Esquema da Folha, Cacho e Bago


Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Precoce, mais 4 dias do que a 'Fernão Pires'

Floração: Precoce, mais 2 dias do que a 'Fernão Pires'

Pintor: Média, mais 13 dias do que a 'Fernão Pires'

Maturação: Média a Tardia

Casta muito vigorosa e muito rústica. Com um índice de fertilidade médio, uma a duas inflorescências por ramo, dá origem a cachos médios e medianamente compactos, o que torna esta casta medianamente produtiva. Exige boas condições de maturação, caso contrário ou apodrece ou amadurece mal não potenciando a sua qualidade. Revela-se muito sensível ao míldio e à podridão dos cachos e sensível ao oídio.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz vinhos de cor intensa, palha aberta, com reflexos esverdeados, aroma misto entre o frutado (laranja e pêssego) e o amendoado (frutos secos) e o floral, sendo o carácter frutado dominante, delicado, fino, subtil e complexo, e sabor frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente.

Utilizada em vinhos brancos de lote e na elaboração de vinhos elementares de excelente qualidade.

AZAL

casta Azal

Casta cultivada particularmente em zonas do interior da região, onde amadurece bem e atinge o seu nível de qualidade quando plantada em terrenos secos e bem expostos das sub-regiões de Amarante, Basto, Baião e Sousa.

Muito conhecida por 'Asal da Lixa' em Amarante, 'Gadelhudo' em Felgueiras e ' Pinheira' ou 'Carvalhal' em Lousada. 

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta orbicular, espessa, de dentes rectilíneos muito regulares tipo serra, de seio peciolar em U e com muita pilosidade prostada na página inferior.

Cacho médio, alado e muito compacto, e de tom esverdeado embora maduro.

 

Esquema da Folha, Cacho e Bago


Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Precoce a Média, mais 9 dias do que a 'Fernão Pires'

Floração: Precoce, mais 5 dias do que a 'Fernão Pires'

Pintor: Tardio, mais 16 dias do que a 'Fernão Pires'

Maturação: Tardia

Casta muito vigorosa, com muitas rebentações do mesmo gomo e de ciclo longo. Com uma fertilidade média, uma  a duas inflorescências por ramo, dá origem a cachos médios, muito compactos e pesados o que a torna muito produtiva. Revela-se sensível ao míldio e podridão dos cachos e muito sensível ao oídio.

Potencialidades Tecnológicas:

Produz vinhos de cor ligeira, citrina aberta, descorada, aroma frutado (limão e maçã verde) não excessivamente intenso, complexo, fino, agradável, fresco e citrino, e sabor frutado, ligeiramente acídulo, com frescura, e jovem, podendo em anos excepcionais revelarem-se encorpados e harmoniosos.

Utilizada em vinhos brancos de lote, com castas brancas regionais como Arinto, Batoca e Loureiro, e na elaboração de vinhos elementares de qualidade.

BATOCA

casta Batoca

Casta cultivada essencialmente na sub-região de Basto, onde atinge o seu melhor potencial de qualidade, de produção muito irregular.

Conhecida por 'Alvaraça', nome que tem no Douro, 'Espadeiro Branco' em Lousada e 'Sedouro' ou 'Sá Douro' no sul da região.       

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta grande, inteira, verde muito claro, com o ponto peciolar e início das nervuras carminado.

Cacho grande, alado, com bagos médios de hilo muito aparente.

 

Esquema da Folha, Cacho e Bago

 

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média a Tardia, mais 14 dias do que a 'Fernão Pires'

Floração: Média a Tardia, mais 8 dias do que a 'Fernão Pires'

Pintor: Média, mais 11 dias do que a 'Fernão Pires'

Maturação: Média

  Casta muito vigorosa. Com um índice de fertilidade baixo, uma inflorescência por lançamento, dá origem a cachos grandes, compactos e volumosos, o que a torna medianamente produtiva, embora seja de produção irregular.

 Potencialidades Tecnológicas:

 Utilizada em vinhos brancos de lote, com castas igualmente adaptadas ao interior nomeadamente Arinto e Azal, sendo rara a elaboração em vinhos elementares.

 Em anos favoráveis, produz vinhos com médio a alto teor alcoólico e baixa acidez total, com aromas simples e pouco intensos, e sabor macio.

LOUREIRO

casta Loureiro

Casta de expansão em quase toda a região, e como mais adaptada às zonas do litoral é menos cultivada nas zonas interiores.

O principal sinónimo 'Dourado' advém-lhe do tom dourado das uvas maduras expostas ao sol.                      

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta com algum polimorfismo (de inteira a trilobada) e de perfil irregular elevando os lobos revolutos.

Cacho de dimensão e compactação variável consoante a fertilidade e humidade do solo.

 

Esquema da Folha, Cacho e Bago

 

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Média, mais 11 dias do que a 'Fernão Pires'

Floração: Média, mais 5 dias do que a 'Fernão Pires'

Pintor: Médio, mais 12 dias do que a 'Fernão Pires'

Maturação: Média

Casta de vigor médio e de boa afinidade com os porta-enxertos SO4, 196-17 e 101-14. Com um índice de fertilidade elevado, duas inflorescências por lançamento, dá cachos compridos, medianamente compactos e pesados o que a torna muito produtiva. É muito sensível ao oídio, à escoriose, à podridão dos cachos e aos ácaros e sensível ao míldio.

Potencialidades Tecnológicas:

Casta antiga e de alta qualidade, produz mostos com aroma acentuado e característico da casta, dando vinhos de cor citrina, aroma fino, elegante, que vai do frutado de citrinos (limão) ao floral (frésia, rosa) e melado (bouquet) e sabor frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente.

Utilizada em vinhos brancos de lote, com a maior parte das restantes castas brancas regionais, e na elaboração de vinhos elementares de excelente qualidade.

TRAJADURA

casta Trajadura

Casta cultivada praticamente em toda a região (mais recentemente), com excepção da zona de Baião.

Tem por sinónimo 'Trinca-dente' ou 'Trincadeira' nos Arcos de Valdevez.        

Particularidades Ampelográficas:

Folha adulta orbicular, fina, de seio peciolar em U e quase glabra.

Cacho médio, alado e muito compacto, e de tom torrado quando exposto ao sol.

Bagos de película fina e polpa rija, com tendência a rachar.

Varas de entre-nós curtos e tom avermelhado.

 

Esquema da Folha, Cacho e Bago

 

Aptidão Cultural e Agronómica:

Abrolhamento: Tardia, mais 17 dias do que a 'Fernão Pires'

Floração: Média, mais 7 dias do que a 'Fernão Pires'

Pintor: Precoce a Média, mais 6 dias do que a 'Fernão Pires'

Maturação: Precoce

 Casta muito vigorosa e de ciclo curto. Com uma fertilidade média, uma a duas inflorescências por ramo, dá cachos médios, muito compactos e pesados, o que a torna muito produtiva. Revela-se muito sensível ao míldio e podridão dos cachos, e propensa à cochonilha algodão.

Potencialidades Tecnológicas:

Casta de qualidade, produz mostos de aroma delicado e naturalmente pobres em acidez, dando vinhos de cor intensa, palha dourada, de aroma intenso, a frutos de árvore maduros (maçã, pêra e pêssego), macerados, e de sabor macio, quente, redondo e com tendência em determinadas condições, a algum desequilíbrio (baixa acidez).

Utilizada em vinhos brancos de lote, com castas brancas regionais de maior acidez como Arinto, Loureiro e Alvarinho, sendo a associação com esta última casta bem conseguida; recentemente tem suscitado interesse na elaboração de vinhos elementares de qualidade.

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