Sanidade da Videira

Esta região, em consequência das condições ambientais, entre as quais se destaca um clima de grande humidade ambiental durante grande parte do ciclo vegetativo da videira conjugado com temperaturas favoráveis, é particularmente propícia ao desenvolvimento de uma grande pressão de doenças e pragas na cultura da vinha.

Aliado a este aspecto, por vezes a cultura da vinha em formas de condução inadequadas e em terrenos de boa fertilidade que lhe induz elevado vigor, criam-se com frequência, vegetações muito densas, mal drenadas, propícias à instalação de numerosos fungos e insectos nocivos.

A sensibilidade da videira às diferentes doenças e pragas, depende entre outros factores, do estado fenológico de desenvolvimento da videira, desde o abrolhamento até à maturação.

estados fenológicos

Esta tendência da videira à enfermidade, tem conduzido a formas e intensidade de tratamentos irracionais, que não se coadunam com uma orientação de produção de natureza económica e ecológica. Daí a importância para nesta região, onde os custos de produção vitícola são tão elevados, se investir mais seriamente na prática de uma protecção racional da vinha. A Lei nº 26/2013 de 11 de Abril contempla a tomada de decisão e a aplicação de produtos fitofarmacêuticos, que desde 1 de Janeiro de 2014, deve considerar os princípios da protecção integrada.

Deste modo, é importante o conhecimento da biologia do agente perturbador, das condições óptimas de desenvolvimento, da estimativa do risco, dos prejuízos causados e finalmente dos meios de luta de ordem cultural, química ou biológica, adequados ao seu controlo e no respeito da manutenção do equilíbrio ecológico.

Há organismos bons, predadores de inúmeros outros que são nocivos, e que genericamente se designam por auxiliares. A sua preservação é objectivo primário da protecção integrada, que defendendo a limitação natural de certas pragas, diminui a aplicação de pesticidas que usados indiscriminadamente contribuem para o desequilíbrio biológico.

Na perspectiva da prática da protecção integrada, há três conceitos de elevada importância: a estimativa do risco, o nível económico de ataque e a escolha dos meios de proteção.

A tomada de decisão sobre a aplicação de um tratamento é feita em função da estimativa do risco, recorrendo-se à luta química apenas quando esgotadas as outras alternativas. Na decisão pelo tratamento químico, deve-se seleccionar os produtos fitossanitários não só em função da sua eficácia, persistência e custo, mas também pelos seus efeitos secundários em relação ao homem, aos auxiliares e ao ambiente em geral. 

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